quarta-feira, junho 23, 2004
o ARTISTA do dia - Xavier Queipo
DENDE O ALTO
Dende o alto todo é distinto:
nubes de flamengos e de garzas,
volcáns con lagoas averdadas,
glaciares e moreas fluíndo cara ó mar.
Dende o alto a miseria non existe,
as sombras sobre as dunas non agochan guerra,
as placas de xeo non falan do inverno permanente,
os campos de algodón non son cemiterios de escravos.
Dende o alto todo é distinto:
cabalos quiméricos e fendas na rocha,
bosques arrasados polo lume provocado,
ruínas perdidas baixo un manto de area.
Dende o alto a miseria non existe,
as cidades calcinadas son estrelas nun firmamento verde,
as favelas fan bonito, coa súa combinatoria de cores,
as pragas de lagostas son nubes dunha brétema preciosa.
Dende o alto todo é distinto:
o gando vadeando alegre un río do Uruguai,
as aldeas de palafitas nas augas de Filipinas,
as caravanas de dromedarios chegando a Tombouctú.
Dende o alto a miseria é diferente,
agochase na inmensidade e non se ve.
Se cadra por iso as mentes ben pensantes
prefiren sempre as fotografías aéreas.
Xavier Queipo
DESDE O ALTO
Desde o alto tudo é distinto:
nuvens de flamingos e de garças,
volcões com lagoas esverdeadas,
glaciares e moreias fluindo para o mar.
Desde o alto a miséria não existe,
as sombras sobre as dunas não escondem guerra,
as placas de gelo não falam do inverno permanente,
os campos de algodão não são cemitérios de escravos.
Desde o alto todo é distinto:
cavalos quiméricos e fendas na rocha,
bosques arrasados pelo lume provocado,
ruínas perdidas debaixo dum manto de areia.
Desde o alto a miséria não existe,
as cidades calcinadas são estrelas num firmamento verde,
as favelas fazem bonito, com a sua combinação de cores,
as pragas de lagostas são nuvens duma neblina preciosa.
Desde o alto tudo é distinto:
o gado vagueando alegre um rio do Uruguai,
as aldeias de palafitas nas águas das Filipinas,
as caravanas de dromedários chegando a Tombouctú.
Desde o alto a miséria é diferente,
Esconde-se na imensidade e não se vê.
Se calhar por isso as mentes bem pensantes
preferem sempre as fotografias aéreas
;;;;;;;;
O meu amigo Xavier Queipo escreveu este poema em Vigo a propósito da exposição fotográfica 'A terra vista do Céu' (penso que se chama assim) que agora está no Terreiro do Paço/Praça do Comércio. A tradução do galego é da minha responsabilidade por isso desculpem qualquer coisinha...
O seu último livro publicado em Tuguês foi Bebendo o mar (Deriva editores).
bjinhos & abraços
Dende o alto todo é distinto:
nubes de flamengos e de garzas,
volcáns con lagoas averdadas,
glaciares e moreas fluíndo cara ó mar.
Dende o alto a miseria non existe,
as sombras sobre as dunas non agochan guerra,
as placas de xeo non falan do inverno permanente,
os campos de algodón non son cemiterios de escravos.
Dende o alto todo é distinto:
cabalos quiméricos e fendas na rocha,
bosques arrasados polo lume provocado,
ruínas perdidas baixo un manto de area.
Dende o alto a miseria non existe,
as cidades calcinadas son estrelas nun firmamento verde,
as favelas fan bonito, coa súa combinatoria de cores,
as pragas de lagostas son nubes dunha brétema preciosa.
Dende o alto todo é distinto:
o gando vadeando alegre un río do Uruguai,
as aldeas de palafitas nas augas de Filipinas,
as caravanas de dromedarios chegando a Tombouctú.
Dende o alto a miseria é diferente,
agochase na inmensidade e non se ve.
Se cadra por iso as mentes ben pensantes
prefiren sempre as fotografías aéreas.
Xavier Queipo
DESDE O ALTO
Desde o alto tudo é distinto:
nuvens de flamingos e de garças,
volcões com lagoas esverdeadas,
glaciares e moreias fluindo para o mar.
Desde o alto a miséria não existe,
as sombras sobre as dunas não escondem guerra,
as placas de gelo não falam do inverno permanente,
os campos de algodão não são cemitérios de escravos.
Desde o alto todo é distinto:
cavalos quiméricos e fendas na rocha,
bosques arrasados pelo lume provocado,
ruínas perdidas debaixo dum manto de areia.
Desde o alto a miséria não existe,
as cidades calcinadas são estrelas num firmamento verde,
as favelas fazem bonito, com a sua combinação de cores,
as pragas de lagostas são nuvens duma neblina preciosa.
Desde o alto tudo é distinto:
o gado vagueando alegre um rio do Uruguai,
as aldeias de palafitas nas águas das Filipinas,
as caravanas de dromedários chegando a Tombouctú.
Desde o alto a miséria é diferente,
Esconde-se na imensidade e não se vê.
Se calhar por isso as mentes bem pensantes
preferem sempre as fotografias aéreas
;;;;;;;;
O meu amigo Xavier Queipo escreveu este poema em Vigo a propósito da exposição fotográfica 'A terra vista do Céu' (penso que se chama assim) que agora está no Terreiro do Paço/Praça do Comércio. A tradução do galego é da minha responsabilidade por isso desculpem qualquer coisinha...
O seu último livro publicado em Tuguês foi Bebendo o mar (Deriva editores).
bjinhos & abraços
